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Entrevista coletiva do presidente Lula no Palácio do Planalto

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu entrevista coletiva e abordou temas como descontos indevidos no INSS, projetos sociais, meio ambiente, Programa Agora Tem Especialistas, crescimento econômico.
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Publicado em 06/06/2025 10h36

Presidente Lula: Bem, queridos companheiros e companheiras da imprensa, uma pergunta para vocês: hoje a imprensa é o quarto poder ou o quinto? Bem, vocês estão lembrado que a primeira entrevista que nós fizemos aqui em janeiro, eu na verdade fiz quase que um balanço, tentando mostrar o processo de recuperação que nós estávamos fazendo no país. E, ao mesmo tempo, eu disse que 2025 seria o ano que nós iríamos começar a fazer a colheita nesse país das coisas que nós tínhamos arrumado, planejado e executado.

E, hoje, eu quero dizer para vocês que é um dia que eu me sinto muito, mas muito feliz, porque tudo o que nós pensamos quando disputamos as eleições, tudo o que nós pensamos quando tomamos posse e que foi elaborado na comissão de transição está sendo executado e nós estamos fazendo uma colheita muito promissora nesse país.

Vocês que são jornalistas sabem que os dados econômicos são os melhores dos últimos anos. Eu digo sempre que é importante lembrar que a última vez que o Brasil tinha crescido acima de 3% foi em 2010, quando eu era presidente da República, que a economia cresceu 7,5%. E ela só foi crescer outra vez, acima de 3%, quando eu voltei à Presidência da República, em 2023. Surpreendendo vocês e surpreendendo o mercado, porque havia uma previsão de que o crescimento da economia seria apenas de 0,8%, foi de 3,2%.

E no ano seguinte, a previsão mais otimista era que o crescimento seria de 1,5% e o crescimento foi de 3,4%. E, esse ano, as pessoas já começam a ficar surpreendidas com o crescimento do PIB no primeiro trimestre. Ou seja, há uma coisa acontecendo nesse país que é importante que vocês compreendam.

Eu posso afirmar para vocês que nunca houve no país um momento de tanta combinação entre políticas de inclusão social, que combina mais emprego, que combina mais salário, que combina mais distribuição de programas sociais, que combina com mais PAC.

Nós já executamos R$ 711 bilhões até agora nas obras do PAC, entre obras públicas e privadas. Numa demonstração de que as coisas estão andando com bastante rapidez e muitas das coisas a gente quer ver se a gente consegue entregar definitivamente até o final de 2026; porque, habitualmente, um governo sai, entra outro e as obras têm paralisação.

Vocês sabem que eu disse na outra vez que nós encontramos 87 mil casas do Minha Casa, Minha Vida paralisadas. Nós encontramos quase três mil creches paralisadas. E esse momento extraordinário de crescimento da renda, de crescimento do salário, da geração de mais emprego, de mais política de inclusão social, de uma quantidade extraordinária de crédito que nós estamos oferecendo; anúncios como nós fizemos na semana passada da redução da energia elétrica, para que as pessoas [com renda mensal até meio salário mínimo per capita], que consomem até 80 quilowatts não paguem nada [de energia]; e quem ganha entre meio e um salário mínimo e consuma até 120 [quilowatts] vai ter desconto.

Ou seja, isso para ajudar as camadas mais pobres da sociedade brasileira a não viver num apagão, a não viver na base do candeeiro, mesmo tendo um bico de luz dentro de casa.

A medida que nós fizemos do Imposto de Renda é para fazer justiça nesse país e eu tenho certeza que o Congresso Nacional vai aprovar, porque é necessário que a gente consiga desobstruir a possibilidade de viver melhor, de consumir melhor.

A política do Pé-de-Meia, a política universitária que estamos fazendo, a política de tentar até 2030 fazer com que 80% das crianças se alfabetizem até o segundo ano de escolaridade. O nosso compromisso de tentar estabelecer a maior quantidade possível de escola de tempo integral para que a gente possa, definitivamente, resolver o problema educacional no país é uma coisa que nós estamos comprometidos, estamos vendo acontecer e vai acontecer cada vez mais.

Vocês sabem que nós anunciamos mais 102 Institutos Federais novos, porque nós sabemos que a mão de obra qualificada é uma necessidade para esse país. Nós já tivemos aqui governo que dizia que não se preocupava com a economia, a economia era com o ministro da Economia, a agricultura era com o ministro da Agricultura, o trabalho era com o ministro do Trabalho.

Eu me incomodo com tudo, eu olho tudo, eu tento discutir tudo, porque tudo, tudo, tudo, muitas vezes se tem sucesso não vem para a mesa da Presidência, mas quando tem um fracasso termina na mesa da Presidência para a gente tentar resolver.

Então, eu estou em um momento exitoso com o resultado que estamos colhendo no Brasil, com as dificuldades de um país que sofreu um baque muito grande nos últimos sete anos, antes da gente chegar à Presidência da República. Um retrocesso que jamais a gente imaginava que o Brasil pudesse receber.

Quando nós tiramos o Brasil do Mapa da Fome em 2014, eu jamais imaginei que ia voltar à presidência da República e encontrar 33 milhões de pessoas voltando ao Mapa da Fome, por irresponsabilidade de pessoas que não quiseram governar isso. Eu estou feliz porque essa semana eu fui visitar a Transposição de Água do São Francisco.

Os jornalistas que trabalham há mais tempo aqui nessa casa, que acompanham mais perto, sabem o sacrifício que foi a gente conseguir aprovar a transposição das águas do São Francisco.

Hoje eu poderia dizer para vocês que seria importante, quando vocês tiverem férias, ao invés de visitar outro país, tente fazer uma visita ao que aconteceu no canal da Transposição do São Francisco. Porque nós estamos atendendo quatro estados da federação, estamos tirando 13 milhões de pessoas da miséria da água, que não existiu durante muito tempo, e talvez seja o maior projeto hídrico acontecido no mundo nesse século XXI, ou, quem sabe, no outro século também.

É importante verificar porque é uma obra excepcionalmente importante e eu digo que, às vezes, os deputados não conhecem, os jornalistas não conhecem, o governo não conhece, e muita gente não conhece. Porque muita gente não sabe, porque também nós não informamos corretamente o que é o Canal do São Francisco.

Bem, dito isso, nós acabamos de lançar o programa “Agora Tem Especialista”. Essa era uma obsessão minha e a gente sabe que quando você lança um programa é mais ou menos como um jogo de futebol.

O jogo começa e você sabe que a gente só vai ter o resultado depois dos 90 minutos. Muitas vezes parece que a gente vai ter no primeiro tempo quando o adversário marca muito gol, como o Flamengo marcou contra o Corinthians, mas não tem problema. A gente sempre acha que vamos esperar terminar o jogo.

E esse programa “Agora Tem Especialistas” é uma obsessão que eu tentei implantar em 2009, tentei convencer a companheira Dilma [Rousseff, ex-presidenta do Brasil] e o Padilha [Alexandre, ministro da Saúde] de implantar em 2012, e finalmente nós conseguimos implantar o programa “Agora Tem Especialistas”.

É um programa que vai dar às pessoas mais humildes da sociedade, às pessoas mais carentes, o direito de ter acesso ao chamado especialista, à segunda consulta. Vai dar ao pobre o direito de ter uma máquina de ressonância magnética, vai ter de fazer todos os exames que a gente pode fazer, que eu faço como presidente da República, que vocês muitas vezes fazem com os planos de saúde de vocês.

Não sei se o salário de vocês dá para vocês terem bons planos de saúde, mas de qualquer forma, eu acho que a imprensa deve garantir a vocês um baita de um plano médico, porque vocês correm risco todo santo dia trabalhando na profissão de vocês.

E eu estou muito feliz porque ele começou agora, nós sabemos que nós temos que convencer os hospitais particulares a jogarem toda força, a Santa Casa, os prefeitos, os governadores, mas eu acho que em setembro ele já estará totalmente concluído e eu acho que será uma redenção para o povo mais humilde, que antigamente morria com uma receita de remédio na beira da cama, no criado, e não tinha dinheiro para comprar.

Como o "Farmácia Popular" passou a distribuir 41 remédios considerados de uso contínuo para as pessoas, as pessoas então já não precisam morrer por conta do remédio. Mas morrem por conta de uma consulta ao especialista. Porque quando ele sai da primeira consulta, ele vai marcar, o especialista demora 10 meses, 11 meses, 12 meses; aí quando ele vai no especialista e precisa fazer uma ressonância magnética, mais 12 meses, 13 meses e a doença não espera e também a morte não espera.

Então, nós estamos dando a essas pessoas mais humildes o direito. E nós temos ainda três coisas para a gente lançar que nós estamos trabalhando com muito carinho. Um, é um programa de gás que é quase que [incluir] um gás na cesta básica das pessoas mais pobres desse país. Porque não é justo a Petrobras vender um botijão de gás por R$ 37, e muitas vezes, ele chega em alguns estados a R$ 140. Coitado do consumidor, R$ 120, ou seja, não é possível.

Então nós estamos tentando elaborar, está pronto o programa, nós vamos só escolher a data de lançar.

Um outro programa que nós queremos lançar é um programa forte de reforma de casa, porque tem gente que quer comprar uma casa, tem gente que já tem a casa. Mas tem gente que quer fazer um quarto a mais, quer fazer uma garagem a mais, quer fazer uma cozinha a mais, quer fazer um banheiro a mais e essa gente não tem crédito.

Então nós vamos abrir uma linha de crédito para garantir que essas pessoas tenham acesso às coisas que todo mundo tem direito a acesso, a fazer uma reforma, a fazer uma nova laje na sua casa.

E também estamos trabalhando com muito afinco um programa de crédito para financiar motocicleta para os entregadores de comida desse país. Nós temos que cuidar não apenas da questão do crédito para ele comprar uma moto, mas nós temos que cuidar também de garantir que ele tenha um lugar para que ele possa fazer as necessidades básicas deles e para que ele possa, inclusive, se lavar. Ele não tem, ele não tem efetivamente.

Então, nós queremos ver se a gente dá conforto a essas pessoas e uma novidade que nós já estamos fazendo, que ninguém sabe, nem o Sidônio [Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República] sabe. Em todas as concessões de estrada neste país, haverá um lugar para os caminhoneiros descansarem, dormirem tranquilamente, com segurança e, inclusive, no programa “Agora Tem Especialistas”, vai ter um programa de atendimento aos motoristas nesses estacionamentos.

Então, bom, dito tudo isso aqui do Brasil, da minha alegria com o que está acontecendo, da tristeza com a crise aviária no Rio Grande do Sul, que criou um problema para nós. É sempre muito ruim, mas a gente tem que saber que a nossa responsabilidade aumenta quando a gente vira o maior exportador de carne, o maior exportador de frango, o maior exportador de carne suína, nós temos que ter responsabilidade com cuidado daquilo que a gente cria.

Quando a gente exporta, não somos nós que medimos as qualidades, são os compradores que exigem a qualidade. Então isso é triste, mas, ao mesmo tempo, eu também estou alegre que eu vou para a França hoje à noite. É importante lembrar, faz 13 anos, faz 13 anos que o Brasil não faz uma visita de Estado à França. A última visita foi a presidenta Dilma Rousseff que fez.

Então eu vou à França, vou ter reunião com o presidente Macron [Emmanuel Macron] e discutir assuntos de interesses globais, certamente vamos discutir a guerra da Rússia e da Ucrânia, certamente vamos discutir o massacre do Exército de Israel a Faixa de Gaza, certamente vamos discutir o acordo União Europeia-Mercosul, certamente vamos discutir coisas na área da defesa, porque nós temos uma parceria na área do submarino nuclear e, ao mesmo tempo, depois de uma visita de Estado e das reuniões com Macron, eu vou ter uma reunião com os empresários brasileiros e franceses.

Nós queremos vender o bom momento do Brasil aos empresários franceses para saber se é possível atraí-los a fazer mais investimentos ou parcerias privadas. Depois eu vou ao Principado de Mônaco fazer um debate com os empresários sobre a economia azul, depois eu vou receber uma homenagem na Academia Francesa. Depois eu vou receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Paris. Depois eu vou visitar a Prefeitura de Paris, depois eu vou ter encontro com alguns políticos de Paris. Depois eu vou a Nice participar da Conferência dos Oceanos. Feito tudo isso, cansadinho, eu volto para cá para que no dia 12 ou 13, eu faça um encontro com os 15 países do Caribe que estão vindo para o Brasil, para que a gente possa discutir a geopolítica na América Latina e no Caribe.

Depois disso, nós vamos ter os BRICS aqui no dia 6 e 7 de julho e vamos ter algumas visitas de Estado aqui, que é muito importante para nós. Bem, feito tudo isso, nós vamos nos preparar para continuar viajando o Brasil, para tentar desmontar toda a indústria de mentira que está sendo construída nesse país, e vocês acompanharam o famoso encontro de Fortaleza, vocês leram a respeito do que aconteceu. E essa indústria de mentira não interessa a ninguém, a não ser aos mentirosos.

Bom, eu vou também fazer uma visita à Interpol, vou a Toulon, para discutir, com o meu ministro da Justiça [Ricardo Lewandowski], o papel e o combate ao crime organizado. Agora, se vocês quiserem fazer perguntas, eu vou parar de falar e vocês fazem as perguntas que vocês quiserem fazer.

Só queria repetir para vocês, nem sempre, nem sempre a gente faz a quantidade de entrevistas que gostaria de fazer.

Eu não vou jogar a culpa nos meus homens de comunicação, não. Porque eu sou um pouco complicado para dar entrevista, mas eu acho que, como nós temos muito para falar – mas muito mesmo –, se tem uma coisa que nós temos para falar é sobre economia, sobre meio ambiente, sobre desenvolvimento, sobre indústria… quantos anos vocês não ouviram falar de crescimento industrial nesse país? Quanto tempo?

Nós crescemos 3,4%, ou seja, com um programa que nós lançamos chamado [Nova] Indústria Brasil, que é um investimento enorme de empresários, crédito do BNDES, crédito do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da FINEP, ou seja, porque essa é uma razão pela qual a gente voltou a governar esse país.

O Brasil não pode continuar sendo um país que um ano está na oitava economia do mundo, outro ano está na décima segunda, está na décima terceira. O Brasil precisa buscar estar entre os países mais ricos do mundo, porque nós temos tudo que precisa para riqueza.

Temos um povo extraordinariamente generoso, nós temos a maior preservação de mata do mundo, a nossa querida Amazônia, e nós também vamos brigar muito para que os países ricos que já desmataram os seus países e que já poluíram demais, porque estão industrializados há 200 anos atrás, que eles paguem o atrasado deles para que a gente possa permitir que o Brasil, os países da América do Sul que tem selva amazônica, que o Congo e a Indonésia, recebam o dinheiro necessário para que a gente mantenha as florestas em pé, porque embaixo de cada copa de árvore tem um indígena, tem um pescador, tem um pequeno agricultor, tem um seringueiro, tem um extrativista, e essa gente precisa viver.

Dito isso, eu me coloco à disposição da entrevista.

Jornalista Edis Peres - R7: Bom dia, presidente. Eu queria saber um pouco sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O mercado teceu várias críticas a respeito do aumento anunciado pela Fazenda. Eu queria saber se o governo vai recuar, se sim, quais serão esses recuos e quais serão as medidas compensatórias para compensar essas ações novas que serão adotadas.

Presidente Lula: Olha, eu acho que o ministério da Fazenda está tentando fazer um reparo, que foi um acontecimento do não cumprimento de uma decisão da Suprema Corte pelos companheiros senadores, que quando aprovaram a desoneração, sabiam que tinha uma decisão da Suprema Corte que era obrigada a haver a compensação e ficar de apresentar a compensação.

O Haddad [Fernando, ministro da Fazenda], no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. Ora, se houve uma reação de que tem outras possibilidades, nós estamos discutindo essas outras possibilidades. E só para vocês saberem, não é um segredo para ninguém, à uma hora [13h] vai ter um almoço na minha casa, com todas as pessoas que estão participando dessa discussão, para a gente saber se o acordo está feito ou não, para anunciar o que vai fazer a compensação que o Brasil precisa ter para colocar nossas contas fiscais em ordem.

É isso que vai acontecer. Estamos discutindo com o Senado, com a Câmara, eu sou favorável que antes da gente mandar qualquer medida para o Congresso Nacional, é importante que vocês saibam, eu sou favorável – e aqui não tem segredo –, que nós temos que reunir aqui as pessoas que são parceiras nisso.

O Presidente do Senado, o Presidente da Câmara, os líderes dos partidos, são 12 líderes que têm influência nas decisões, então por que não discutir com eles? Nós já fizemos uma reunião domingo à noite na minha casa, marcamos reuniões ontem e hoje, e hoje vai terminar na minha casa com o almoço que eu vou oferecer para os nossos companheiros que estão elaborando a nova proposta.

Marina Demori - CNN: Bom dia, presidente. Ainda falando sobre essa questão envolvendo o IOF e as negociações com o Congresso Nacional, o senhor vai se reunir daqui a pouco então, como disse, com a equipe do senhor, com a cúpula do Congresso para discutir essas medidas. Eu queria saber se o governo está disposto a discutir a desvinculação do salário mínimo de benefícios sociais e ajustes nos pisos de saúde e de educação no orçamento, mas também queria falar com o senhor sobre uma questão mais política.

No último domingo, o senhor fez uma certa meia-culpa, assumiu que o Executivo precisa aprender, que é necessário conversar antes com o Congresso Nacional sobre as medidas enviadas ao Legislativo, então queria saber se o senhor admite que houve, de certa forma, um erro no anúncio desse decreto e se houve uma falta de atenção para calibrar essa repercussão negativa sobre o assunto.

Presidente Lula: Deixa eu lhe falar. Na nossa vida pessoal, você como jornalista, de vez em quando, você faz uma pergunta que, quando termina a pergunta, você fala, não era essa que eu queria fazer, eu poderia fazer outra pergunta, eu tenho uma coisa melhor para fazer. Isso é a vida. Olha o que a Fazenda fez. A Fazenda trabalhou e era uma sexta-feira quando [ele] fez o anúncio.

Eu já não estava mais aqui, poderia ter feito uma discussão. Não aconteceu, porque era uma sexta-feira e eles queriam anunciar rápido isso, para dar tranquilidade à sociedade brasileira. Eu não acho que isso tenha sido um erro, não. Eu acho que foi um momento político. Em nenhum momento – em nenhum momento –, o companheiro Haddad teve qualquer problema de rediscutir o assunto.

Em nenhum momento. Aquilo, a apresentação do IOF, foi o que eles tinham pensado naquele instante. Aí se aparece alguém com uma ideia melhor e ele topa discutir, vamos discutir. É isso que a gente tem que fazer. Essa discussão que eu acho que a gente tem que fazer com as lideranças é porque nós precisamos dar um voto e um crédito aos nossos líderes. Ninguém pode ser líder do governo e o governo mandar alguma coisa para lá sem conversar com eles.

Essa é uma prática política que nós temos que aprender a fazer. Toda vez que a gente toma uma atitude sem conversar com as pessoas que vão ter que nos defender e defender a proposta, a gente pode cometer erros, porque muitas vezes gente nossa tem proposta de mudança. Vocês estão lembrados que na semana retrasada eu fiz um ato aqui sobre a questão da redução do preço da energia.

Eu não tinha assinado a Medida Provisória ainda. Nós fizemos a exposição para todos os líderes da Câmara e do Senado, para o presidente da Câmara e do Senado. Depois que nós fizemos a exposição, ouvimos quatro ou cinco líderes falar e depois eu assinei a Medida Provisória. Não houve tempo de fazer isso no IOF, porque eu já nem estava mais aqui. Mas eu acho que o esforço que a Fazenda está fazendo é apenas para dar tranquilidade ao povo brasileiro que em economia não tem mágica. A gente não inventa as coisas.

E quem pensa que tem mágica, quebra a cara. Vocês estão lembrados de uma famosa frase dita no primeiro mandato meu. A gente não dá um cavalo de pau num transatlântico do tamanho do Brasil. Você pode dar um fusquinha, mas num país desse tamanho você não dá. Então, o que nós queremos é trabalhar com muita seriedade. Vamos pegar as coisas que nós estamos fazendo aqui, sabe, que eu devia ter falado na abertura, mas não falei? A questão do INSS.

Ou seja, nós detectamos que tinha um desvio. A gente poderia ter feito um show de pirotecnia, como sempre se faz nesse país. Vamos fazer um show de pirotecnia, toda a imprensa dá manchete de jornal, uma semana depois todo mundo esquece e o roubo continua. O que nós fizemos? Fizemos aquilo que um governo sério faz. Colocamos a Polícia Federal, a CGU, para fazer investigação minuciosa de tudo até chegar onde a gente queria chegar, que era nas pessoas que cometeram o erro. E todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo passado, possivelmente propositadamente.

A gente ainda não está fazendo as coisas, denunciando ainda muito fortemente, porque nós temos que apurar. Eu sou contra fazer denúncia contra alguém se você não tem prova. Então, nós queremos ir a fundo. A CGU é muito séria, a Advocacia-Geral da União é muito séria e a Polícia Federal é muito séria. Então, nós vamos investigar. Quem errou vai ser punido.

E o que vai acontecer? Nós vamos devolver o dinheiro para os aposentados que foram lesados pela quadrilha que roubou o aposentado. Antigamente, as pessoas roubavam bancos, antigamente as pessoas roubavam gente rica, mas agora está pobre roubando pobre. É quadrilha de aposentados, montada em nome dos aposentados, roubando aposentados.

E não é possível. Então, essas pessoas serão punidas. Nós não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada, por isso a cautela que eu disse à CGU, que eu disse à Polícia Federal, muita cautela para a gente não levar uma pessoa a ser crucificada e depois a gente não pede desculpa.

Não tem importância que demore uma semana a mais, um mês a mais. O que eu quero é somente a verdade para a gente punir quem tiver que ser punido. Só quem não pode ser punido são os aposentados.

Esses precisam ser ressarcidos e nós vamos ressarci-los imediatamente. O que nós estamos pedindo é – dando uma chance às entidades – para que elas apresentem prova da veracidade da assinatura das pessoas. Até agora não apresentaram. Se algum apresentar, será levada muito a sério, será investigada corretamente e se ela não cometeu nenhum erro, ela não tem que pagar o preço.

Mas as outras terão que pagar o preço, com perda de patrimônio, com devolução daquilo que puder devolver, para que a gente possa ajudar os aposentados a andarem de cabeça erguida neste país.

Volta para a jornalista: Sobre a desvinculação do salário mínimo...

Presidente Lula: Veja, eu não falei, não foi porque eu não quis falar, não. É porque, como eu não discuti o acordo que eles estão fazendo, eu não posso dar palpite, sim ou não. Eu preciso ver qual é a proposta. As pessoas estão discutindo. Vão me apresentar. Eu não posso ser o estragador de uma reunião que está durando dois dias, e dar um palpite aqui, favorável ou contra a uma coisa que eles nem estão propondo. Então, com muita cautela, eu vou almoçar. Enquanto eles falam, eu como; depois eu vou falar e eles vão comer. Mas eu quero ver cada item da proposta para saber o que é possível a gente se colocar de acordo.

Fábio Murakawa - JOTA: Bom dia, presidente. Fábio Murakawa, aqui do Jota. Na semana passada, a ministra Marina Silva foi massacrada no Congresso, no momento em que se discute lá as novas normas de licenciamento ambiental, que ela e ambientalistas chamam de pacote da destruição. Mas minha pergunta não é sobre a Marina. Minha pergunta é: o senhor concorda com essas regras do licenciamento? O senhor tende a vetar boa parte deles? E dois, o senhor não acha que regras tão frouxas para o licenciamento ambiental podem atrapalhar esse acordo com a União Europeia, uma vez que os agricultores europeus, especialmente os franceses, sempre usam essa questão ambiental para barrar a entrada de produtos brasileiros por lá?

Presidente Lula: Olha, vamos responder essa pergunta em dois tempos. Primeiro, a companheira Marina Silva [ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima] é uma companheira da mais extraordinária lealdade ao governo, é uma companheira que eu tenho 100% de confiança nela. É uma companheira que eu tenho certeza que tem 100% de confiança em mim, é uma companheira que tudo que ela faz, ela se propõe a discutir comigo, tudo.

Quando terminaram as agressões a ela no Senado, eu recebi um vídeo e eu liguei para ela dando os parabéns por ela ter se retirado pelas ofensas que fizeram e pela grandeza da atitude dela, primeiro. A segunda coisa com relação às demoras. Você há de convir que é normal que haja demora. Se você fosse ministro dos Transportes, quando você tem o compromisso de fazer uma quantidade de obras e um dos fatores que está atrasando é a questão do Ibama, obviamente que o ministro dos Transportes fica discutindo com o Ibama.

Se é uma hidrelétrica, também o ministro vai ficar discutindo com o Ibama. Nem se discute com a ministra no primeiro momento. Nós reconhecemos que muitas vezes o Ibama... Só para você ter ideia, quando eu voltei, em janeiro de 2023, o Ibama tinha 700 funcionários a menos do que tinha quando eu saí em 2010, 15 anos depois. Então, obviamente que, nós sabemos que muitas vezes a morosidade do Ibama não é nem má fé, muitas vezes, é a falta da quantidade de especialistas. E, muitas vezes, é a exigência da capacitação técnica que as pessoas precisam para fazer as coisas.

Se você não tem todas as pessoas que você precisa, demora mais. Eu, sinceramente, veja, muitas vezes não sou chamado a esse debate, porque as coisas ficam entre os ministros do Meio Ambiente, os ministros da área.

Mas a Marina é uma pessoa extraordinária. E em tudo, tudo, tudo... não há coisa que a Marina faça que ela não venha discutir comigo.

E tudo o que é aprovado lá, passa na minha mesa. Portanto, não há nenhum problema. Vai continuar sendo um motivo de atrito sempre. Já foi no primeiro mandato, no segundo mandato, no terceiro mandato, foi no governo do Fernando Henrique Cardoso [ex-presidente do Brasil], foi no governo do Sarney [José Sarney, ex-presidente do Brasil], foi no governo de todo mundo, sempre haverá atrito e divergências entre as pessoas que concedem e as pessoas que querem receber.

Isso vale para crédito bancário, vale para liberação de orçamento, isso vale para qualquer área do governo, tem problema. Porque se o Ibama der uma autorização precipitada, quem vai para cima dele é o Ministério Público, sabe? Então eles também têm preocupação, eles também têm muita responsabilidade. E é por isso que muitas vezes eles são muito exigentes.

O que nós precisamos é ter paciência de que nada deixa de ser resolvido sentado em uma mesa de negociação, conversando. E é isso que nós fazemos. Quando não tem solução, vem para a minha mesa e a gente decide.

Volta para o jornalista: O senhor concorda com essas novas regras?

Presidente Lula: Eu não conheço as regras ainda. Isso vai chegar para eu analisar, já chegou, deve ter chegado já na Casa Civil. Depois vai chegar para mim. Quando chegar, eu vou te dizer se eu concordo ou não com as regras aprovadas.

Murilo Fagundes - SBT: Bom dia, presidente, bom dia a todos. Presidente, minha pergunta é sobre as sanções dos Estados Unidos prometidas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes. O senhor criticou a postura dos Estados Unidos no último fim de semana, mas minha pergunta é a seguinte. O governo prepara uma resposta política se essas medidas forem concretizadas? O governo tem tido esse contato com o ministro Moraes? É da intenção do governo se posicionar de uma forma mais concreta se essas medidas, então, vierem à tona?

Presidente Lula: Olha, eu não conversei com o ministro Mauro Vieira [ministro das Relações Exteriores] porque ele foi na frente para tentar organizar minha chegada em Paris. Mas eu vou dizer para você o que eu penso, tá? E o que eu pensar vai ser a decisão do governo. Primeiro, é inadmissível que um presidente de qualquer país do mundo dê palpite sobre a decisão da Suprema Corte de um outro país. Se você concorda ou você não concorda, silencie. Porque não é correto você dar palpite, não é correto você ficar julgando as pessoas.

Eu já tive o meu passaporte suspenso nos Estados Unidos. Eu acho que os Estados Unidos precisam apenas compreender que respeito à integridade das instituições de outros países é muito importante. Porque nós achamos que um país não pode ficar se intrometendo na vida do outro, querendo punir um outro país. Isso não tem cabimento.

Então, a minha posição na questão do comércio, na taxação que foi feita com relação ao Brasil, a orientação que nós temos é a seguinte. Primeiro, nós vamos tentar gastar todo o tempo possível negociando. O ministro Alckmin [Geraldo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços] e o ministro Mauro Vieira já fizeram várias reuniões. Segundo, se não houver um acordo, nós vamos entrar na Organização Mundial do Comércio ou vamos fazer uma decisão de ter uma reciprocidade.

É isso que vai acontecer.

Eu acho que o mundo tem regras civilizatórias para a convivência entre os países. O multilateralismo foi uma das coisas mais extraordinárias criadas depois da Segunda Guerra Mundial. E é importante a gente respeitar. E, como eu gosto de respeitar, eu gosto de ser respeitado.

Então, por enquanto, o que nós temos é fala de pessoas, mas pode ficar certo que o Brasil vai defender não só o seu ministro, mas defender a Suprema Corte.

O que é lamentável é que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, está lá a convocar os Estados Unidos para se meter na política interna do Brasil. É isso que é grave.

É isso que é uma prática terrorista.

É isso que é uma prática antipatriótica.

Um cidadão que é deputado renuncia ao seu mandato, pede licença do seu mandato para ir ficar tentando lamber as botas do Trump [Donald Trump, presidente dos Estados Unidos], e de assessor do Trump, pedindo intervenção na política brasileira. Então, não é possível aceitar isso. É só ler a entrevista na Veja que vocês vão saber de quem que eu estou falando. Isso sim é desrespeito ao Brasil. Isso sim é provocação.

Esse cidadão pensava isso da Suprema Corte quando mentiram a meu respeito? Vocês conhecem alguma fala dele questionando a Suprema Corte? Não. O pai dele, quando nega a justiça eleitoral, não nega os votos que o seu filho recebeu, só nega o dele. Não nega o voto dos senadores que foram eleitos, só nega o dele.

Então, é preciso que haja um mínimo de bom senso. Se essa gente pensa que vai ganhar a consciência da sociedade com mentiras, é um ledo engano. Eu tenho dito publicamente, nós temos consciência de que a verdade precisa vencer na sua disputa política, para que a gente não esteja vendo acontecer o que está acontecendo nesse país, o que está acontecendo em outros países.

A convivência democrática é a única coisa saudável para que a sociedade possa viver em paz.

E isso exige que a gente respeite as decisões. Eu, muitas vezes, prejudicado na Suprema Corte, eu dizia: “a gente não comenta a decisão da Suprema Corte”. Tomou a decisão, eu só posso recorrer para Deus. Eu recorri para a ONU, ganhei. Mas a Suprema Corte não aceitou. Vamos fazer o quê? Eu não vou ficar brigando com a Suprema Corte.

Então, se tem um juiz que não faz o que eu quero, se esse cidadão foi indicado pelo Presidente da República e referendado pelo Senado. E todos merecem respeito. Eu não quero saber se foi Dilma, se foi Bolsonaro [Jair, ex-presidente do Brasil], se foi Temer [Michel, ex-presidente do Brasil], se foi Sarney [José, ex-presidente do Brasil], se foi Fernando Henrique Cardoso [ex-presidente do Brasil], se foi o Lula que indicou. Se ele indicou e passou nas distâncias que tem que passar, ele tem que ser respeitado. Só isso.

Thayane Melo - Band News: Bom dia, presidente. O senhor estava comentando sobre a questão do INSS, das fraudes, que as fraudes começaram no governo passado e tudo mais, mas levando em conta as investigações e que associações ligadas ao PT, ao Partido dos Trabalhadores, foram citadas Contag, Sindnapi também, que o irmão do senhor é vice-presidente, inclusive. O que o senhor acha de depois do pente fino que for passado, que o Ministério da Previdência já falou, inclusive, que essas associações continuem atuando por meio do INSS, fazendo esse vínculo entre beneficiários e essas associações? O que o senhor pensa a respeito disso, desse trabalho das associações continuar depois de todos esses escândalos?

Presidente Lula: Olha, os pagamentos, que eu sei, foram suspensos para todas as entidades. O que eu sei é que nós vamos agir diferente, sempre partindo do pressuposto que todo mundo merece a presunção da inocência. O que nós estamos dando é um tempo das pessoas provarem se estão certas ou erradas. E as investigações continuam. Essas pessoas serão punidas. A hora que encontrar os chefes, vai ser preso. Vai ter que ter um processo. Não é o presidente da República que manda prender. É a Justiça que manda prender e isso vai ter um processo.

Mas nós estamos fazendo disso um exemplo de como deve agir um governo na averiguação de denúncias nesse país. Não terá brincadeira da nossa parte. A nossa preocupação, além de permitir que as instituições que têm que fiscalizar fiscalizem, é permitir que o governo comece a tratar de ver o pagamento mais rápido possível às pessoas que foram lesadas.

É por isso que nós estamos exigindo a prestação de conta das entidades e estamos atendendo às pessoas que estão pela internet comunicando ao governo que não assinaram. Nós vamos, com muita tranquilidade e com muita calma, para que a gente possa mostrar o respeito que a gente tem na apuração de denúncias contra qualquer que seja a pessoa desse país.

Thayane Melo - Band News: Mas sobre as associações, o senhor acredita que elas devem continuar funcionando mesmo fazendo esse trabalho?

Presidente Lula: Veja, se elas provarem que são inocentes, nós vamos ter que tomar uma decisão. Então é uma decisão que, na minha opinião, é a seguinte: a gente não deve fazer o desconto. Se as pessoas não mandarem documento provando, com A mais B, não tem por que liberar.

Houve um erro, porque houve um afrouxamento no governo passado das regras. Ou seja, as pessoas começaram a mandar nomes sem nenhuma fiscalização, sem nenhum critério. Então, isso acabou. Acabou, definitivamente acabou.

Evellyn Paola - Poder360: Bom dia, presidente. Voltando agora para o assunto internacional, o senhor disse recentemente que havia pedido ao presidente da China, Xi Jinping, que enviasse uma pessoa de confiança ao Brasil para falar sobre a regulamentação das redes sociais. Eu queria saber se essa pessoa já foi enviada ao Brasil e quais os conselhos o senhor espera receber desse emissário chinês.

Presidente Lula: Por favor, você pode repetir a pergunta? Fala mais perto do microfone, querida.

Evellyn Paola - Poder360: Presidente, o senhor disse recentemente que havia pedido ao presidente da China, Xi Jinping, que enviasse uma pessoa ao Brasil para a regulamentação das redes sociais. Eu queria saber qual tipo de conselho o senhor espera receber dessa pessoa, desse emissário chinês, quando ela vier ao Brasil, sobre a regulamentação dessas redes sociais, em especial do Tik Tok, que foi um assunto da viagem do senhor à China, quando o senhor foi recentemente.

Presidente Lula: Olha, deixa eu lhe dizer uma coisa. Quem tem que conversar com a comunicação está aqui desse lado. Quando eu for embora, ele [Sidônio Palmeira, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social] responde a pergunta. Mas eu fiz questão de conversar com o presidente Xi Jinping sobre a necessidade de a gente ter uma pessoa para discutir essa questão do que se fazer na regulação e no tratamento dessas empresas de aplicativos.

Porque não é possível que o mundo seja transformado em um banco de mentiras, em que vocês que são jornalistas têm que todo dia ficar desmentindo notícias que falam sobre as coisas, muitas vezes até deformando notícias que vocês dão.

Todo dia a televisão começa dizendo para não acreditar em fake news, para que as pessoas não consigam repassar mentiras. Não é possível que no mundo a gente seja tão sério na relação e, quando chega o mundo digital, dois ou três cidadãos acham que podem mandar no mundo, acham que podem determinar as regras da sociedade. Por isso é que nós temos que fazer uma regulamentação, ou pelo Congresso Nacional Brasileiro, ou pela Suprema Corte.

O Mauro Vieira recebeu uma carta do Xi Jinping, [dizendo] que ele ficou de mandar a pessoa para conversar. Quando a pessoa vier conversar, é o Sidônio que vai receber essa pessoa para conversar. E nós queremos apressar a regulamentação da forma mais democrática possível, ouvindo a sociedade brasileira, porque não é possível que um cara tente dar um golpe de Estado, dia 8 de janeiro de 2023, neste país, e diga que isso é liberdade de expressão.

Que um cidadão pode ofender uma pessoa com as maiores mentiras absurdas e fala que isso é liberdade de expressão.

Liberdade de expressão significa respeito, significa respeito às pessoas, a não ofensa às pessoas, o não achincalhamento às pessoas, a não prática de preconceito contra as pessoas.

Porque vocês sabem a fábrica de mentiras deste país, todo santo dia. Ou seja, vocês passam o dia explicando as coisas para as pessoas com as maiores desfaçatez possíveis. Então, você tem uma sociedade muito séria sendo minada por pessoas que, quando governaram, criaram uma coisa chamada do gabinete do ódio. E que agora, depois de se estar fazendo justiça nesse país, dando a eles o direito de defesa como pouca gente teve nesse país, eles acham que estamos tirando a liberdade de expressão.

Nós estamos tirando a liberdade de contra safadeza nesse país, de desrespeitar a democracia nesse país, de desrespeitar o direito dos outros, de desrespeitar a nossa Constituição. É isso que nós estamos fazendo. E vamos fazer. Pode ficar certo que nós iremos vencer essa batalha.

Erick Rianelli - GloboNews: Bom dia, presidente. Bom dia aos colegas. É Eric aqui, da Globo News. O senhor fez trocas no seu Ministério recentemente, duas trocas esse ano.
Quero lhe perguntar o seguinte: Guilherme Boulos [deputado federal] vai substituir Márcio Macedo na Secretaria-Geral da Presidência? E ainda, o senhor deseja, para o ano que vem, o senhor vem falando que é preciso enfrentar o bolsonarismo, não deixar o bolsonarismo avançar. O senhor quer ver Geraldo Alckmin e Fernando Haddad candidatos por São Paulo, seja ao governo ou ao Senado?

Presidente Lula: Você fez duas perguntas que você sabe que eu não vou responder.
A primeira, porque não é correto o presidente, em uma entrevista, dizer se vai trocar alguém ou não. Segundo, dizer quem é que vai ser candidato, se vai ser ou não. Vai ter um momento em que a gente vai parar para discutir política. Por enquanto, eu estou naquela fase de anunciar mais três programas sociais nesse país. Vou fazer reunião ministerial. Vou discutir com os outros partidos, inclusive com todos os partidos de oposição que têm ministros dentro do governo, para que a gente possa tomar uma decisão política nesse país.

A questão da troca de ministro é uma coisa pessoal minha. Eu tiro quando for necessário tirar e ponho quando for necessário pôr. Então, quando eu fizer isso, você vai ficar sabendo. Se você deixar seu telefone para o Laércio [Portela, secretário de Imprensa], você será o primeiro a ficar sabendo se vai haver mudança ou não.

Volta para o jornalista: O senhor está satisfeito com o trabalho do ministro Márcio Macedo?

Presidente Lula: Eu estou satisfeito com o trabalho de todo mundo. Todo mundo que está aqui foi escondido por mim. Então, eu estou satisfeito. Na hora que eu não estiver satisfeito, eu troco. Agora, você está lembrado que está chegando um mês em que todo mundo vai me procurar e vai dizer: “presidente, eu não queria, eu gosto do senhor, mas as suas bases estão exigindo, presidente. Eu tenho que ser candidato”. Um vai ser candidato a deputado, outro vai ser candidato a senador, outro vai ser candidato a governador do estado e eu, humildemente, vou aceitar o discurso deles e eles vão sair para ser candidatos.

O que eu acho bom. Mas eu estou muito tranquilo com o governo. Estou muito tranquilo.
Eu, sinceramente, acho que as pessoas estão cumprindo exatamente aquilo que foi decidido que eles cumprissem. Um com mais rapidez, outros com menos rapidez, mas nós temos que respeitar também o comportamento humano de cada um. Nem todo mundo é igual, nem todo mundo age de forma igual, mas o resultado que me importa é o seguinte, é que todos os dados, todos – sem nenhuma distinção – são amplamente favoráveis ao nosso governo. Amplamente favoráveis.

A minha tranquilidade é esta, foi para isso que eu concorri às eleições, foi para isso que eu fui eleito e o que me interessa é entregar para o povo aquilo que eu prometi.

Se eu chegar no final do ano que vem e não ter entregue, o povo tem o direito de dizer o seguinte: “ô cara, tchau e benção”. É assim que o povo faz. Por isso que a democracia é importante, porque tem alternância de poder. O povo põe, o povo tira. O que não dá para fazer a sacanagem que fizeram com a Dilma. O povo pôs e a elite tirou. É isso.

Daniela Santos - Metrópoles: Bom dia, presidente. Durante o fim de semana, o senhor voltou a fazer críticas sobre a questão da situação na Faixa de Gaza. E ontem a embaixada de Israel publicou uma nota rebatendo essas declarações. Eles dizem que declarações desse tipo alimentam o antissemitismo no mundo e que também não se deve se deixar levar por notícias falsas do Hamas. Primeiro ponto que eu queria saber é como o senhor responde a essa declaração da embaixada e também sobre guerra, nesse mês o senhor vai participar da cúpula do G7, que também vai ter a participação do presidente Zelensky [Volodymyr, presidente da Ucrânia] e do presidente Trump. Eu queria saber se o senhor pretende conversar com os dois sobre essa questão da guerra na Ucrânia.

Presidente Lula: Primeiro, um presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente da República reafirma o que disse. O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças. Possivelmente, todas as pessoas de bom senso no mundo, inclusive gente do povo de Israel, e vocês devem ter lido uma carta do ex-primeiro-ministro [Ehud Olmert], criticando que não é mais uma guerra e que é um genocídio.

Vocês já viram carta de mil militares anunciando que aquilo não é mais guerra, é genocídio. Você não pode a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças, deixar crianças com fome. Eu não sei se vocês viram a cena de duas crianças que estavam carregando farinha para comer e que foram mortas.

Ou seja, é exatamente por conta de que o povo judeu sofreu na sua história, que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino. Eles se comportam como se o povo palestino fosse cidadão de segunda classe.

E nós temos dito há muito tempo, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o Estado palestino aqui na América do Sul e eu volto a reafirmar, só haverá paz quando a gente tiver a consciência de que o Palestino tem direito ao seu Estado, à terra demarcada, aquele acordo de 1967, que o governo de Israel não quer deixar ser cumprido e todo dia manda a gente atacar o território palestino, inclusive tentando atacar a Cisjordânia para agredir produtores rurais palestinos. É isso.

E vem dizer que é antissemitismo? Precisa parar com esse vitimismo. Precisa parar com esse vitimismo e saber o seguinte: o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio, é a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra. É a decisão de um governo – que nem o povo judeu o quer, nem o povo judeu o quer – então não dá. Como ser humano, não é nem como presidente da República do Brasil, é como ser humano, aceitar isso como se fosse uma guerra normal. Não é.

Então, a segunda coisa é o G7. Eu estou convidado para o G7. Eu estou propenso a ir, mas eu estou muito preocupado com a minha agenda, porque eu vou para a França agora, volto da França, tenho o CARICOM [Comunidade do Caribe], aí depois eu tenho que viajar outra vez. É muito pesado. Então, eu vou discutir com os meus assessores para saber o seguinte: é importante ir, por que é importante ir? Nós temos que falar com o primeiro-ministro do Canadá, eu, pessoalmente, vou tentar falar com ele por telefone para saber a pauta que vai ser discutida, para saber se compensa ou não.

Eu gostaria de ir, porque eu sempre gosto de participar desses fóruns e dar um recado que o Brasil tem que dar. Porque nesse fórum também, você sabe que você viaja 20 horas de avião e depois você só tem 4 minutos para falar. Quando você fala muito, são 5 minutos. Aqui na América Latina, a gente fala 30 minutos, 40 minutos, ainda pede a palavra pela segunda vez. Não. No G20, nos BRICS e no G7 são só 5 minutos, são 4 minutos.

Então, a gente tenta trabalhar um discurso bem razoável, com as coisas interessantes, mas como eu tenho respeito pelo novo primeiro-ministro do Canadá [Mark Carney], pela decisão que ele tomou, inclusive, com relação às insinuações do presidente Trump de que vai anexar o Canadá ao seu país, eu gostaria de ir; inclusive, para reforçar a relação da amizade com ele. Mas vai depender muito da minha agenda, vai depender muito de como eu estiver, porque voltar de uma viagem e depois voltar para outra viagem é pesado.

Então, eu vou levar isso em conta também, porque é importante fazer muita coisa, mas é importante cuidar da saúde também.

Vamos fazer o seguinte, mais duas perguntas. Olha, para não dizer que eu neguei o direito, pergunta para o... Fala com o Laércio.

Lisandra Paraguassu - Reuters: Presidente, é o seguinte, o senhor não tem mais comentado a alta da taxa de juros. Semana passada, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a taxa de juros deve continuar alta por um bom tempo. Como é que o senhor vê essa questão de não ter uma perspectiva ainda de baixar a taxa de juros e como isso afeta o seu governo?

Presidente Lula: Você acha que eu não critico juros porque é o Galípolo que está lá? Não, não é por conta disso, gente, é porque quando a gente discute no governo, o que está acontecendo já estava precificado, a gente já sabia que ia acontecer. Então, o que nós estamos conscientes é de que a inflação está controlada, começou a cair o preço dos alimentos e eu acho que logo, logo, o Banco Central vai tomar a atitude correta de começar a abaixar os juros. Os juros estão muito altos. Agora, é engraçado, porque mesmo o juro estando alto, a economia continua a crescer.

É porque tem uma coisa muito importante, é que tem muito crédito para o movimento, para os pequenos agricultores, para os microempreendedores, para os médios empreendedores. Há muito crédito nesse país e nós queremos mais crédito para fazer com que a economia cresça mais. Eu, às vezes, fico chateado quando eu vejo alguém dizer: “não, a economia está crescendo, vai causar inflação”.

Se para controlar a inflação for preciso ter fome, não é possível a gente aceitar, é preciso encontrar outro jeito para controlar a inflação. Então, eu tenho 100% de confiança na idoneidade do companheiro Galípolo, ele é uma figura muito especial e eu acho que ele vai dar conta do recado fazendo aquilo que é necessário fazer.

Adriana Fernandes - Folha de S.Paulo: Bom dia. É uma preocupação muito grande do setor produtivo das empresas em relação a uma medida muito específica em relação ao crédito, ao IOF do crédito. O presidente Motta [Hugo, presidente da Câmara dos Deputados] disse que ia pedir ao senhor para suspender até que haja essa decisão, o que o senhor tomou em relação ao risco sacado. É um crédito que afeta empresas do varejo, da mineração, automóveis, farmacêuticas, e ela começou a valer no dia 1º de novembro. O presidente Motta disse que ia pedir ao senhor para recuar nessa medida até que as outras fossem anunciadas.

Presidente Lula: Qual é a medida?

Adriana Fernandes - Folha de S.Paulo: Operação de risco sacado. É uma espécie de antecipação de recebíveis, de fornecedores, que é muito importante para a cadeia, capital de giro dessas empresas.

Fernanda Sette - Times Brasil CNBC: Presidente, essa operação de risco sacado, só adiantando aqui, é quando as instituições financeiras repassam para os varejistas, comerciantes, empreendedores, aquele valor daquela compra a prazo. E antes não tinha o imposto sobre essa transição, essa operação de risco sacado. E agora tem, e o Hugo Motta falou que iria falar com o senhor para derrubar essa medida, porque isso atinge principalmente os pequenos empresários, os pequenos empreendedores. Então, foi um pedido. Eu sou a Fernanda Sette, do Times Brasil CNBC.

Presidente Lula: Como eu vou conversar com o Hugo Motta daqui uma hora, vamos esperar ele me dizer. Deixa eu dizer uma coisa para vocês. Vocês sabem, nós temos um problema que é uma deficiência cultural no Brasil. Ou seja, todo o benefício que você dá para o setor produtivo, para os empresários, para que uma empresa possa se instalar no estado, para que a gente possa evitar uma crise econômica, e eu já fiz muito, você dá por um ano, por dois anos. Quando você quer tirar, é muito difícil. As pessoas querem que seja permanente.

Ou seja, se você conversar com o Haddad, você vai ouvir o seguinte: você sabe quanto que o governo deixa de arrecadar por conta de benefícios aos empresários? R$ 800 bilhões. 800 bilhões de reais. Não é pouca coisa, gente. É muito dinheiro. Mas por que eu vetei a questão da desoneração e entramos na Suprema Corte? Porque você desonerou para a parte mais rica da sociedade e não gerou um emprego.

Não gerou um emprego, não gerou uma estabilidade para nenhum trabalhador.

Ou seja, você beneficia quem pode para prejudicar quem não pode. Agora o governo fica se matando para cortar R$ 30 bilhões no orçamento e esse dinheiro poderia ser retirado da desoneração. Poderia ser tirado desses R$ 800 bilhões. Acontece que as pessoas acham que é um direito adquirido. “Eu estou recebendo, por favor, não mexa mais comigo. Não mexa. Isso agora é fixo”. Não pode ser assim.

Deixa eu falar uma coisa pra vocês, com muita sinceridade. Nós, em algum momento, vamos ter que sentar não com o governo, mas com a sociedade brasileira e definir um pouco que tipo de país a gente quer construir para o futuro. Porque do jeito que as coisas vão, é quase impossível você fazer as políticas que tem que fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas que estão ainda deserdadas nesse país.

As pessoas de baixo.

O que o velho Otávio Frias chamava “o andar de baixo”. Ele falava: “Lula, você não vai chegar no andar de cima porque eles não vão deixar”. Eu cheguei.

Mas eu não quero sozinho ter chegado ao andar de cima, eu quero trazer o povo para o andar de cima. Ele tem direito. Então, o que nós temos é discutir com muita, com muita leveza, com muita seriedade. Você veja o seguinte: as pessoas que ganham mais de um R$ 1 milhão por ano estão preocupadas, porque a gente está isentando as pessoas que ganham até cinco mil reais por mês e vai ter que cobrar de quem ganha mais de um milhão por mês. E eles vão pagar uma quantia de 10%.

Veja o (operador de) câmera, você vai ver o cara, você vai receber um benefício, não vai pagar Imposto de Renda até seus R$ 5 mil. E o cara que ganha um milhão ou mais, que vai pagar 10%, não quer pagar. Assim a gente não consegue construir um país de classe média.

Quando a gente tem inveja do padrão de vida da Alemanha, do padrão de vida da Suíça, do padrão de vida da Holanda, do padrão de vida da Suécia é porque lá houve um momento que se estabeleceu regras em que o país é de todos e não apenas de poucos.

Esse país não pode ser governado para apenas 35% da população, que tem um poder de compra razoável.

Esse país tem que ser governado para todos. E o meu papel é fazer com que os de baixo consigam subir e viver decentemente, como todos nós queremos viver.

Dito isso, obrigado pela entrevista e até a próxima. Quem é que vai pra França…
Gente, um abraço. Até o regresso da França.

Tags: Presidente LulaINSSMeio AmbienteMarina SilvaIOFFernando HaddadAgora Tem EspecialistasCrescimento EconômicoIBAMA
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